Em 6 de março, os Correios oficializaram o aumento de 8,03% na cobrança de valores de frete para encomendas nacionais de PAC e SEDEX. As alterações afetam clientes que possuem contrato firmado com a empresa e clientes sem contrato, ou seja, brasileiros que utilizam o serviço de entrega público.
A mudança se deve ao fato de que os Correios buscam desde 2017, recuperar o caixa da empresa, que passou por grandes dificuldades. De acordo com o Tecnoblog, os Correios tiveram 4 anos seguidos de prejuízo, até que finalmente, no final de 2017, voltaram a registrar lucros com os serviços oferecidos.
No mesmo ano, de acordo com o site EM, a previsão de dívida dos Correios era de 1,3 bilhões de reais, contudo a empresa conseguiu reorganizar seus custos, começando uma nova fase financeira da empresa.
Aumento de Taxas dos Correios
Uma das medidas tomadas para equilibrar os custos e lucros da empresa, foi a readaptação de valores cobrados para produtos e serviço. Boa parte prejuízo dos Correios foi causado pelo aumento inesperado no número de compras online feitas por brasileiros, tanto em lojas nacionais (Mercado Livre, Lojas Americanas), como internacionais (AliExpress, Wish).
O crescimento de e-commerces e marketplaces fizeram com que a empresa precisasse trabalhar com as demandas diárias e ao mesmo tempo, adaptar o serviço e tecnologia para o crescimento em progressão geométrica que acontecia. Segundo o site E-commerce Brasil, só em 2018, foi um aumento de 12,1% no primeiro semestre do ano, resultando em um lucro de quase 24 bilhões de reais no setor. De todas as compras, 32% foram feitas de dispositivos móveis, ou seja, o acesso ao mercado online ficou mais fácil e o número de compras aumentou consideravelmente, acelerando ainda mais o crescimento das vendas online.
Esse evolução do e-commerce em 2018 exigiu uma reação nas taxas dos Correios, resultando em um aumento de 8% a 51% nos valores de frete, o que causou campanhas de oposição incentivadas pelo Mercado Livre e outras lojas nacionais, que consideraram os aumentos abusivos. A liminar contra essa alteração foi derrubada pela empresa de serviços de entrega e os valores entraram em vigor no mesmo ano, fazendo com que o Mercado Livre aumentasse seus custos, adaptando seu negócio aos novos valores informados pelos Correios.
Cobrança do Despacho Postal
Outra medida utilizada pelos Correios, foi a audaciosa alteração nos valores para compras internacionais, que também cresceram exponencialmente desde 2014, resultado da entrada do marketplace chinês AliExpress no comércio nacional. Em agosto de 2018, foi iniciada a cobrança do Despacho Postal, taxa definida pelos Correios, junto à Receita Federal, para custear processos de verificação de pacotes vindos principalmente da China.
Esse mesmo valor era de R$12 no Novo Modelo de Importação dos Correios anunciado em 2018 e cobrado somente para encomendas taxadas pela Receita Federal. Contudo, o processo começou a se tornar caro, visto que vários pacotes eram verificados e liberados sem cobrança de impostos. Isso resultou na adaptação de cobrança nas taxas dos Correios.
Atualmente, o valor de R$15 é cobrado para todas as encomendas sem registro, com código de rastreio inválido, descrição duvidosa ou peso excessivo. Dessa forma, se torna necessário verificar o pacote com base nos critérios do Exército Brasileiro, Anatel, Anvisa e outros orgãos governamentais, por questões de segurança.
O pagamento pode ser feito pelo sistema idCorreios, sistema criado com a parceria da Receita Federal e Correios.
Mudanças nos Correios
O crescimento de marketplaces e e-commerces continua em 2019, porém os Correios parecem muito mais preparados para lidar com as demandas, sem necessitar de medidas drásticas e novas mudanças inesperadas. O aumento de taxas dos Correios é arriscado, mas até o momento, sem se provado efetivo, melhorando a qualidade do serviço de entregas e acelerando os processos necessários para que as principais lojas online continuem facilitando a vida de compradores.
Recentemente, foram anunciados novos testes nas plataformas de atendimento dos Correios, mostrando que além de recuperar o caixa da empresa, estão investindo em uma melhoria de serviços e atendimento para brasileiros.